"A FLUP ME FEZ DESCOBRIR QUE HÁ POTÊNCIA EM SER QUEM EU SOU": EVANDRO LUIZ DA CONCEIÇÃO EM PRIMEIRA PESSOA
- LARA JONÊ BAIÃO SANTIAGO
- 1 de set.
- 2 min de leitura

Jornalista, escritor e roteirista, Evandro Luiz da Conceição, foi revelado nos processos formativos da Flup, de onde partiu para coletâneas, roteiros para TV e pesquisas sobre a vida e obra de grandes nomes do samba. Agora, estreia como autor solo com Minha Estranha Loucura (Todavia), livro de contos em que protagonistas negros, gays, trans e periféricos vivem com liberdade, desejo e intensidade. Fizemos algumas perguntas a ele sobre esse lançamento, a recepção do público e as inspirações que atravessam sua escrita. Leia abaixo.
O que mudou na sua escrita e na sua visão de mundo desde aqueles primeiros exercícios nos processos formativos da Flup até a publicação do seu primeiro livro solo?
Para além da técnica, a Flup me fez descobrir que há potência em ser quem eu sou: um homem negro, gay, de origem periférica e macumbeiro. E esse sujeito se comunica com o mundo por meio de uma escrita que nasce do sentir, do afeto e do desejo. Não por acaso, o amor em suas diversas nuances costura as histórias presentes nos contos de Minha Estranha Loucura, meu primeiro livro solo pela Todavia.
Em "Minha Estranha Loucura", você constrói protagonistas negros, gays, trans e periféricos vivendo com desejo e liberdade. Como tem sido a recepção do livro, sobretudo entre leitores que se reconhecem nessas histórias?
O livro tem sido recebido de forma muito positiva. Há quem se identifique muito com as experiências amorosas, inclusive as ciladas que o amor, a paixão e o desejo impõe para todos nós. Nem sempre dá pra fugir. Outro ponto interessante é a curiosidade dos leitores em saber se há um caráter autobiográfico nos contos. Algumas histórias eu adoraria ter vivido. Outras, nem pensar (risos). Acho que escrevo com tudo que é humano. Ouso dizer que escrevo com riso, choro, tesão e certo deboche, às vezes. Acredito também que ao elaborar, ou ao menos tentar, construir narrativas que deixam meus personagens com as vísceras expostas e por vezes navegando no mar da dúvida e até com o que nos coloca contra a parede, ajude a criar essa relação de proximidade. E isso me deixa feliz.
Alcione é uma referência central no seu livro. Como o samba dialoga com a sua escrita e inspira suas narrativas?
Eu acho que Alcione serve canção para qualquer nuance amorosa. É visceral demais. Não a toa, a Marrom é um ícone da comunidade LGBT+. Importante também mencionar o quanto a Escrevivência de Dona Conceição Evaristo me afeta existencialmente e porque não dizer na minha elaboração de mundo e escrita, assim como o samba, algo que ouço desde criança por influência da minha família. As minhas primeiras memórias afetivas e de aprendizado vem do samba e mais tarde, das escolas de samba, uma das minhas paixões. O cotidiano é matéria prima das minhas narrativas e quem me deu isso foi o samba. Não por acaso, pesquiso a vida e obra do Bezerra da Silva, além de me interessar por outros grandes nomes do samba.








Nunca pensei que fosse me divertir tanto com apostas online, mas um amigo me indicou o https://betvictor-brasil.com/ e resolvi testar. A interface é simples e consegui navegar sem dificuldades, além de ter opções variadas de apostas. Fiquei curioso com os jogos ao vivo e acabei passando horas explorando cada seção. A sensação de jogar sem complicações e ainda sentir que estou acompanhando cada detalhe fez toda a diferença. Desde então, sempre recomendo betvictor brasil para quem quer algo prático e envolvente no Brasil.