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UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA DE BRASIL

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A Flup não é apenas um festival literário. É um manifesto da brasilidade viva.

 

Enquanto o turismo internacional ainda vende um Brasil apenas de praias douradas e corpos bronzeados, a Festa Literária das Periferias apresenta o país real: plural, insurgente e extraordinariamente criativo. Em sua 15ª edição - com o tema “Ideias para reencantar o mundo”, a Flup homenageia Conceição Evaristo e seu conceito revolucionário de "Escrevivência", ao mesmo tempo em que firma intercâmbios com festivais na França, no Reino Unido e na Alemanha, consolidando-se como uma experiência única de literatura, arte e cultura. Na Temporada Brasil-França, essa brasilidade ocupa o palco com potência, trazendo escritoras e escritores que reescrevem o país com suas próprias palavras.

 

A FLUP MOSTRA O BRASIL QUE NINGUÉM CONTA

 

Enquanto o mundo consome estereótipos, a Flup oferece complexidade e sofisticação. Poetas indígenas recitam em línguas originárias; slammers trans traduzem em poesia a urgência dos corpos dissidentes; saraus se mesclam a debates sobre afrofuturismo; Gilberto Gil e Haroldo Costa discutem a nova abolição em pleno 13 de maio; vozes nordestinas reinventam, com força e beleza, a literatura nacional. Autoras e autores brasileiros compartilham mesas de debates com autoras e autores estrangeiros, em transmissões multilíngues (português, inglês e francês), com acessibilidade radical (Libras). A Flup não apenas inclui — protagoniza as narrativas que o turismo convencional ignora e por isso se fortalece, enquanto o discurso raso se repete e se esvazia.

 

UMA PLATAFORMA GLOBAL DE SOFT POWER

 

Nossas parcerias com o Étonnants Voyageurs (França), o Haus der Kulturen der Welt (Alemanha) e o British Council transformam a Flup em uma ponte cultural estratégica: o público internacional que participa do festival declara revisar seus preconceitos sobre o Brasil; experiências literárias e culturais, atraem turistas em busca de vivências autênticas de um país plural; e consolidam a Flup como um espaço permanente de troca e presença cultural brasileira no circuito internacional.

 

UM INTERCÂMBIO VIVO DE ESCRITAS E MEMÓRIAS

 

Sempre houve uma Flup que fala francês. Ao longo de mais de uma década, o apoio contínuo da Embaixada da França no Brasil possibilitou a presença de personalidades como Audrey Pulvar, Léonora Miano e Marie NDiaye, além de dezenas de outros artistas francófonos na programação do festival.

 

Em 2025, a Flup fortalece sua conexão com a França. Com curadoria própria, leva uma delegação de autores, artistas e pensadores brasileiros ao festival Étonnants Voyageurs, em Saint Malo – o maior festival literário da França – e participa do Monde en Vues, em Guadalupe, realizado no Memorial ACTe, em Pointe-à-Pitre, com uma programação que destaca escritores e historiadores brasileiros.

 

A delegação brasileira é formada por nomes que expressam, em suas obras, a potência plural do Brasil contemporâneo:

 

 

 

 

 

 

 

Bernardo Carvalho ("Nove Noites", "Mongólia") –  Um dos maiores nomes da literatura contemporânea, com obras traduzidas em mais de 20 países, explora temas como deslocamento e contradições históricas. Seu romance Les Remplaçants (Métailié, 2023) mergulha na Amazônia para questionar o legado da ditadura e os laços familiares em um cenário de urgência ecológica. Carvalho é parte de uma geração de autores pós-modernos que entrelaçam realidade e ficção, criando narrativas densas e repletas de ambiguidades.

 

 

Eliana Alves Cruz ("O Crime do Cais do Valongo", "Água de Barrela") – Escritora afro-brasileira que resgata histórias silenciadas da diáspora negra. Seu mais recente livro, Je ne dis rien de toi que je ne vois pas en toi (Tropismes, 2023), retrata o Rio de Janeiro em diferentes épocas, abordando escravidão e transidentidade através de personagens femininos portadores de saberes tradicionais. Sua obra promove libertação simbólica, utilizando memória e identidade como ferramentas de resistência. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Djamila Ribeiro ("Pequeno Manual Antirracista", "Cartas para minha avó") – Filósofa e ativista, referência global no feminismo negro. Seu livro “Ta magie m'a menée jusqu'ici” (Anacaona, 2025), autobiografia em forma de cartas à avó, é uma ode às mulheres de sua família e às leituras que a formaram. Seu trabalho transformou o panorama editorial e se tornou um marco da literatura feminista contemporânea. 

 

​​​​Itamar Vieira Junior ("Torto Arado", "Salvar o Fogo") – Vencedor do Prêmio Jabuti e do Leya, retrata comunidades quilombolas e rurais em narrativas poéticas que revelam as cicatrizes do colonialismo e da escravidão. “Torto Arado”, traduzido em 15 países, vendeu mais de 1 milhão de exemplares e foi finalista do Booker Prize. 

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Marcelo Quintanilha ("Tungstênio", "Écoute, jolie Márcia") – Quadrinista premiado em Angoulême com o Fauve d'Or em 2022. Seu álbum “Âmes publiques” (2025) retrata com realismo a vida dos marginalizados no Brasil, combinando crônica social e suspense em histórias que desafiam as fronteiras da banda desenhada. 

 

Jeferson Tenório ("O Avesso da Pele") – Autor best-seller que aborda o racismo estrutural em um romance premiado com o Jabuti. Sua obra, um fenômeno editorial, expõe as violências policiais contra a população negra e as contradições de uma sociedade marcada pela desigualdade. 

 

 

 

 

 

 

 

Daniel Munduruku ("Meu avô Apolinário", "Histórias de Índio") – Escritor indígena premiado pela UNESCO, com mais de 40 livros publicados. Sua obra desmonta estereótipos coloniais e celebra as culturas e lutas dos povos originários, reafirmando sua presença no cenário literário brasileiro. 

 

Geovani Martins ("O Sol na Cabeça", "Via Ápia") – Fenômeno editorial que retrata a juventude das favelas cariocas com uma linguagem inventiva e carregada de humor e tragédia. Seu livro de estreia, “Le Soleil sur ma tête” (Gallimard, 2025), foi considerado pelo jornal O Estado de S. Paulo o mais importante da última década. Martins é um dos frutos dos processos formativos da Flup. 

 

 

 

 

 

 

 

Graciela Guarani ("Tempo Circular", "Meu Sangue é Vermelho") – Cineasta, curadora e educadora pertencente à nação Guarani Kaiowá, Graci Guarani utiliza o audiovisual como ferramenta de visibilidade e resistência dos povos indígenas, sobretudo das mulheres. Sua obra documental, marcada por uma estética ensaística e temporalidade não linear, tensiona os limites entre público e privado, ancestralidade e futuro. Em filmes como “Tempo Circular” e “Mensageiro do Futuro”, incorpora saberes tradicionais e práticas cotidianas para revelar modos de vida invisibilizados. Codiretora do longa “Meu Sangue é Vermelho”, que percorreu festivais internacionais, Graci afirma o cinema como território político e poético de luta e reinvenção do mundo.

 

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Amaro Freitas – Pianista, reconhecido internacionalmente por seu jazz inovador, que mistura ritmos do Nordeste brasileiro com influências afro-diaspóricas. Sua apresentação no Grand Auditorium, em um concerto exclusivo, foi um dos grandes destaques do festival.

 

A participação da Flup no Étonnants Voyageurs é parte de uma parceria mais ampla entre os dois festivais, que compartilham o ideal de promover vozes marginalizadas e o poder transformador da literatura.

 

Em novembro, é a vez da França ocupar a Flup. Delegações dos dois festivais desembarcam no Rio de Janeiro, ampliando o diálogo para o Caribe francófono e suas pequenas grandes ilhas – territórios fundamentais para a construção de uma consciência negra global. Em parceria com as famílias de Aimé Césaire, Frantz Fanon e Édouard Glissant, a programação inclui colóquios, debates e performances artísticas dedicadas ao legado desses pensadores, enriquecendo ainda mais o diálogo cultural entre Brasil e França.

 

IMPACTO E TRANSFORMAÇÃO

 

  • 14 edições realizadas.

  • Mais de 30 livros publicados.

  • 500 autores e roteiristas formados.

  • Prêmios internacionais como o London Book Fair e o Prêmio Jabuti.

  • R$ 109 milhões em impacto de mídia em 2024, com cobertura de veículos como The Guardian, BBC, Le Monde e Radio France.

 

A Flup é a demonstração prática de que o verdadeiro Brasil — diverso, criativo e potente — é nosso bem mais valioso a oferecer ao mundo. Enquanto o olhar estrageiro acessa narrativas estereotipadas, a Flup apresenta a complexidade fascinante de um país que se reinventa todos os dias: nas periferias, nas florestas e nas páginas de livros escritos por quem antes foi silenciado. Com a Flup, a história começa a ser outra — e o Brasil também.

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